Wednesday, October 17, 2007

Alguém reparou que o Mundo não é só feito de futebol...


Participação positiva no aspecto desportivo e social" ELISABETE SILVA

Regina Mirandela da Costa, DIRECTORA EXEC. SPECIAL OLYMPICS PORTUGALA participação de Portugal nos Special Olympics em Xangai foi positiva?
Extremamente positiva em vários aspectos. No desportivo porque todos os atletas, 21, melhoraram as suas marcas, quase todos ganharam medalhas - 17: 10 de ouro, quatro de prata e três de bronze -, todos tiveram grande autonomia, resultado do trabalho que tem sido feito nos últimos anos. O aspecto social também foi importante, pois os nossos atletas tiveram contacto com jovens de outras nacionalidades e a língua não foi uma barreira. Através da linguagem corporal, fizeram-se grandes amizades e até houve troca de e-mails, entre aqueles que têm essa possibilidade, e convites a outros atletas para virem a Portugal.
Esta prestação deu maior visibilidade ao projecto?
Sem dúvida que deu maior projecção. Isto é fruto de um trabalho de equipa que realizou várias iniciativas. Esperemos que venha a clarificar a diferença entre os Special Olympics e os Paralímpicos.
Quais são essas diferenças?
Os Special Olympics são para todos, desde os oito anos... e sem limite de idade. O mais novo tinha oito anos e o mais velho 69. De Portugal, o mais novo tinha 17 e o mais velho 41. Todos vão ao pódio, ganhem ou não medalhas, nas suas modalidades e categorias. Aqui o importante é a participação e o convívio. Os Paralímpicos são para atletas de elite.
Que repercussões pode ter este sucesso no futuro?
Espero que contribua para o aparecimento de mais atletas, mais técnicos e ajude também numa maior abertura das instituições, a nível de apoios. Agora já há grande receptividade das federações. Estamos a trabalhar com a Federação de Golfe para criar uma escola nacional e espero que em 2011 existam 3000/4000 atletas.
Que apoios tem?
Não estamos sob a tutela da Federação Portuguesa de Desporto para deficientes, mas somos sócios do Comité Olímpico Português, que nos ajuda. Outros apoios vêm do Instituto Português do Desporto e de outras instituições.
Existem protocolos com federações?
Temos dois: com a Federação de Ginástica de Portugal e com a Federação de Golfe. Estamos a trabalhar para ter um com a de basquetebol brevemente.
Como é feita a detecção destes atletas?
Há critérios delineados pela equipa técnica. Têm de ser sócios do Special Olympics e de participar nas provas que organizamos a nível nacional, onde são observados.
Há atletas federados?
Não tenho essa indicação. No Special Olympics o importante é a participação, o convívio, o aspecto social que referi. Aqui quem ganha medalhas não tem direito a bolsas, nem a prémios monetários. Não são esses os objectivos.

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